quinta-feira, 1 de julho de 2010

"DESEMPREGO PRO RESTO DA VIDA"

Sinais de uma terceira depressão

Por Paul Krugman - economista, professor da Universidade de Princeton e
colunista do The New York Times. Ganhou o prêmio Nobel de economia de
2008.


Receio que estejamos nos primeiros estágios de uma terceira depressão. A
probabilidade é que ela seja mais parecida com a Longa Depressão do que
com a Grande Depressão. Mas o custo - para a economia mundial e para
milhões de vidas será ainda assim, imenso. E essa terceira depressão
será resultado de um fracasso das políticas econômicas. Em todo o mundo
- mais recentemente na desanimadora reunião do G-20 - os governos estão
obcecados com a inflação, enquanto que a grande ameaça é a deflação,
recomendando cortes de gastos, ao passo que o verdadeiro problema são os
gastos inadequados.

As recessões são comuns, mas as depressões são raras. Até onde eu sei,
apenas dois períodos da história econômica foram chamados na sua época
de "depressões": os anos de deflação e instabilidade após o Pânico de
1873 e os anos de desemprego em massa após a crise de 1929 a 1931.

Nem a Longa Depressão do século 19 nem a Grande Depressão do século 20
foram períodos de declínio ininterrupto - pelo contrário, ambas tiveram
momentos em que a economia cresceu. Mas esses episódios de melhoria
nunca foram suficientes para desfazer os danos do choque inicial e foram
seguidos de recaídas.

Receio que estejamos nos primeiros estágios de uma terceira depressão. A
probabilidade é que ela seja mais parecida com a Longa Depressão do que
com a Grande Depressão. Mas o custo - para a economia mundial e, acima
de tudo, para os milhões de vidas arruinadas pela falta de empregos -
será ainda assim, imenso.

E essa terceira depressão será resultado de um fracasso das políticas
econômicas. Em todo o Mundo - mais recentemente na desanimadora reunião
do G-20 no último final de semana - os governos estão obcecados com a
inflação, enquanto que a grande ameaça é a deflação. Recomendam cortes
de gastos, ao passo que o verdadeiro problema são os gastos inadequados.

Em 2008 e 2009, parecia que havíamos aprendido com a História. Diferente
de seus predecessores, que aumentaram as taxas de juros para enfrentar a
crise financeira, os líderes atuais da Reserva Federal e do Banco
Central Europeu cortaram radicalmente os juros e voltaram-se para os
mercados de crédito. Diferente dos governos do passado, que tentaram
equilibrar os orçamentos para enfrentar a economia em declínio, os
governos de hoje permitiram que os déficits aumentassem. E melhores
políticas ajudaram o Mundo a evitar o colapso total: pode-se dizer que
recessão resultante da crise financeira terminou no verão passado.

Mas os historiadores nos dirão no futuro que esse não foi o fim da
terceira depressão, da mesma forma que a melhora econômica em 1933 não
foi o fim da Grande Depressão. Afinal de contas, o desemprego -
especialmente o desemprego de longo prazo - mantém-se em níveis que
seriam considerados catastróficos há alguns anos e não parecem estar a
caminho do declínio. E tanto os Estados Unidos quando a Europa estão
prestes a cair na armadilha deflacionária que atingiu o Japão.

Perante perspectivas tão sombrias, esperávamos que nossos legisladores
se dessem conta de que ainda não fizeram o suficiente para promover a
recuperação. Mas não: nos últimos meses, observou-se a volta de um
comportamento espantosamente ortodoxo com relação a empréstimos e
orçamentos equilibrados.

Podemos observar uma volta mais evidente desse tipo de comportamento em
discursos na Europa, onde oficiais parecem estar se inspirando em
Herbert Hoover para compor sua retórica, incluindo a afirmação de que
impostos mais altos e cortes de gastos irão de fato expandir a economia
através da segurança comercial. Na prática, no entanto, os Estados
Unidos não estão muito diferentes. A Reserva Federal parece saber dos
riscos da deflação - mas não se propõe a fazer nada para mitigá-los. A
administração Obama sabe dos perigos de uma austeridade fiscal prematura
- mas, já que os republicanos e democratas conservadores se negam a
autorizar um auxílio maior aos governos estaduais, essa austeridade é
inevitável e se manifesta através de cortes de orçamentos estaduais e
municipais.

Por que então esse tropeço político? Os conservadores normalmente citam
os problemas da Grécia e outros países europeus para justificar suas
ações. É verdade também que os investidores de ações passaram a preferir
os governos com déficits incontroláveis. Mas não há provas de que a
austeridade fiscal repentina em face a uma economia em depressão ofereça
alguma garantia a investidores. Muito pelo contrário: A Grécia optou
pela austeridade severa e teve como resultado um aumento ainda maior da
sua instabilidade; a Irlanda impôs cortes ferozes nos gastos públicos e
foi tratada pelos mercados como um risco maior do que a Espanha, que até
então havia sido mais relutante em aceitar a solução proposta pelos
conservadores.

É quase como se os mercados financeiros conseguissem entender o que os
legisladores não conseguem: apesar de a responsabilidade fiscal de longo
prazo ser importante, o corte repentino de gastos em uma depressão, que
aumenta mais ainda essa depressão e precede a deflação, é também uma
estratégia autodestrutiva.

Por isso eu acho que a Grécia não é a culpada, nem a preferência
realista por trocar empregos por déficits. Na realidade, tudo isso se
resume a um conservadorismo que pouco tem a ver com análises racionais e
cujo maior dogma é impor sofrimento ao povo para mostrar liderança em
momentos de crise.

E quem pagará o preço pelo triunfo desse conservadorismo? Dez milhões de
trabalhadores desempregados, muitos deles, inclusive, que ficarão sem
trabalho por anos ou até mesmo pelo resto da vida.

"Os estupradores - Florianópolis SC "

O Tijoladas acaba de receber essa carta de mães de alunos do Colégio Catarinense



FILHO DE SÉRGIO SIROTSKY ESTUPRA MENINA DE 14 ANOS



Caros leitores,

Estamos nos dirigindo a vocês, por ser nosso único meio de comunicação ainda livre de controle da informação falada e escrita, especialmente para o nosso caso de Florianópolis onde o domínio é total pela RBS que controla tudo.

Somos um grupo de mães do tradicional Colégio Catarinense de Florianópolis. É de conhecimento geral de que se trata de um colégio no qual estudam os filhos das famílias mais tradicionais, influentes e ricas de nossa Cidade, ou seja, a chamada "elite" Florianopolitana.

Neste momento em que escrevemos isso estamos profundamente envergonhadas, pois este colégio está se tornando uma escola formadora de alunos pedantes, arrogantes, sem escrúpulos, s em noção do que é certo ou errado, pois esta escola está travestida de uma impunidade para os atos de seus alunos de pais influentes.

- Já não bastassem que há anos existam drogas circulando pelas dependências da escola, trazidas e servidas por filhos de pais influentes;

- Já não bastassem que há anos acontece de tudo nas dependências da escola, como cheirar, fumar todos os tipos de fumo, transar, bater e intimidar os mais fracos;

- Já não bastassem as gangues famosas do Catarinense ameaçando os próprios alunos que não fazem parte, ou andando pela cidade ameaçando alunos de outras escolas, ou nas baladas cantando de galos, ou lutando entre si até sangrarem como já apareceu na TV;

Como se isso não bastasse, sem que nós pais pouco ou nada pudéssemos fazer junto a Direção do Colégio para que tomassem uma atitude com essa permissividade absurda que estava crescendo nas dependências da escola, principalmente em relação a esses filhos dessa elite maldita de nossa Cidade, agora temos um estupro de uma de nossas adolescentes.

Isso mesmo, uma aluna do Colégio Catarinense foi brutalmente estuprada por três colegas, igualmente com 14 anos cada e colegas do mesmo colégio.

Tomamos essa medida de contar esta história que aconteceu há poucos dias (hoje é 28/06/2010), mas que está sendo abafada pela imprensa, porque um dos alunos estupradores é o filho de 14 anos do Sr. Sérgio Sirotsky, um dos Diretores da RBS TV e o outro é o Bruno, filho de um Delegado de Polícia da Cidade.

O outro aluno ainda não conseguimos levantar.

Quanto ao nome da adolescente, não divulgaremos a pedido da família que está em choque.

O que podemos divulgar é que a garota fez o exame de corpo de delito e o processo esta correndo em sigilo (o sigilo não foi pedido pelos pais da garota e sim pelo Delegado e pelo Sr. Sérgio Sirotsky pra preservar os delinqüentes e estupradores de seus fil hos).

O caso ocorreu porque a menina terminou o namoro com o filho do Delegado, aí os amigos resolveram se vingar da garota. Encontraram com ela no Shopping Beira Mar, colocaram alguma droga na sua bebida (parece que foi a droga Boa Noite Cinderela) e a levaram para o apartamento da Mãe do filho do Sérgio Sirotsky que fica bem próximo ao Shopping Beira Mar.

No quarto do garoto, os três estupraram a garota de todas as maneiras possíveis, até introduziram um controle remoto na vagina.

Quando estavam estrangulando a garota, a mãe (ex mulher do Sérgio Sirotsky) entrou no quarto.

Disseram que em princípio, e acreditamos que sim, pois deve ter sido uma cena grotesca e inimaginável para qualquer pai ou mãe, teve um ataque e bateu muito nos garotos e principalmente no filho. Porém passado o choque inicial, ela deve ter pensado nas conseqüências terríveis do ato de seu filho e resolveu protegê-lo.

A garota ainda estava desacordada, então ela vestiu a meni na, enrolou um cachecol em volta de seu pescoço para esconder as marcas e ligou para a mãe da menina dizendo: - Venham buscar sua filha, pois sabe como são esses adolescentes, fizeram uma festinha aqui em casa na minha ausência, andaram bebendo e se passando, ela está meio bêbada e caindo pelas tabelas.

Os pais foram buscá-la e a levaram para casa desacordada, porém aos poucos ela foi acordando e começou um choro desesperado e a falar coisas desconexas beirando ao histerismo. A mãe apavorada com o comportamento da filha, tentando acalma-la e ao tirar o cachecol viu as marcas no pescoço da filha em choque sem saber o que pensar ou dizer levaram imediatamente a filha ao médico e lá chegando o mundo foi caindo para esta família. Depois do médico foram orientados a ir a Polícia e a fazer o exame de corpo e delito.

Desnecessário dizer que os pais da garota receberam o telefonema do todo poderoso da RBS para que resolvessem esse "problema" de forma discreta, pois afinal era o futuro de "seus" filhos que estava em jogo.

Pergunta: Qual futuro está em jogo???? Da garota estuprada ou dos garotos estupradores?????

Resposta: A garota irá sofrer muito com certeza e juntamente com toda a sua família, mas irá superar porque o mal não está com ela.

Agora, esses garotos estupradores e quase assassinos, porque se a mãe não tivesse chegado a tempo eles teriam matado a menina, esses não têm mais jeito, esses estão marcados pro resto da vida têm que ser punidos, pois se não forem continuarão a fazer isso com outras meninas respaldados por essa impunidade garantida pelos seus pais poderosos.

Divulguem isso por favor, nos ajudem a impedir que mais essa aberração desses garotos passe impune.

Que aliás não é a primeira vez que esses garotos aprontam, são uns delinquentes, prodígios de bandidos.

Assinado: Mães indignadas do Colégio Catarinense - Florianópolis SC.

"O POVO NÃO É BOBO"

Boletim Carta Maior

O povo não é bobo...
A combinação Dunga-internet está prestando um serviço inestimável à nossa sociedade. Permitiu que o grito reprimido na garganta durante tanto tempo ganhasse novos caminhos e, acima de tudo, encontrasse eco tornando-o cada vez mais forte. São caminhos sem volta.

Laurindo Lalo Leal Filho

A arrogância com que a Rede Globo sempre tratou a sociedade brasileira tem volta. Basta uma oportunidade e toda a humilhação suportada pelo público durante mais de 40 anos vem à tona. É o que explica a reação imediata, realizada através da internet, ao editorial veiculado pela emissora na noite de domingo contra o técnico Dunga.

Trata-se do episódio mais recente de uma série iniciada lá no final dos anos 1970 e, ao que tudo indica, não acabará tão cedo. “Cala boca Galvão” ou “Cala a boca Tadeu (o jornalista que se prestou a servir de voz do dono)” são as versões modernas e futebolísticas do famoso “O povo não é bobo, fora a Rede Globo”, ouvido pela primeira vez nas ruas de São Bernardo e no estádio da Vila Euclides, durante a greve dos metalúrgicos do ABC, em 1979.

Foi lá que a mascara global começou a cair em público e o Jornal Nacional se desencantou para uma parte dos seus telespectadores, até então crentes de que o que ali se dizia era verdade. Mas como podia ser verdade se, eles operários em greve e seus familiares participavam de atos e passeatas gigantescas ao longo dia e, à noite, ao ligarem na Globo assistiam tudo enviesado e distorcido. Deu-se ai o desencantamento, ou o fim das ilusões mediáticas, pelo menos para essa parcela da população, a uma só vez personagem e espectadora da notícia.

A resposta à manipulação foi imediata. Ao voltarem no dia seguinte para cobrir a greve, as equipes da Globo passaram a ser hostilizadas e recebidas com bordão que se tornou famoso, usado depois em outras ocasiões: o povo não é bobo...

Presenciei aqueles cenas antigas e outra um pouco mais recente: a saia-justa vivida pelo pessoal da Globo, em 2001, numa passeata na Av. Paulista. Estudantes voltavam às ruas para protestar contra a criação da Alca, iniciativa dos Estados Unidos para institucionalizar a dependência absoluta da América Latina aos seus interesses. Várias emissoras mandaram equipes de reportagem para cobrir o evento, talvez não tanto pelo conteúdo da manifestação, mas pelo fato de ser inusitado. Já haviam se passado quase dez anos das últimas manifestações estudantis de rua, ocorridas ao final do governo Collor e essa, de 2001, era uma novidade.

Constatei na avenida Paulista o constrangimento dos repórteres, operadores de câmara e auxiliares da Globo. De todas as emissoras, eram os únicos que escondiam os seus crachás, colocando-os por baixo das camisas e dos casacos. Temiam hostilidades, conscientes da existência de uma imagem fortemente negativa da empresa junto à população.

O incômodo provocado pela Globo na sociedade brasileira, sentido por alguns de forma mais concreta, por outros mais difusa, não encontra muitos caminhos para se manifestar. Através da mídia é impossível diante do controle quase monopolista da própria Globo sobre a comunicação no Brasil.

As respostas da sociedade, até o episódio Dunga, se davam de forma artesanal, em protestos de rua – como na greve do ABC – ou em faixas, cartazes, vaias e bordões vistos e ouvidos de forma cada vez mais constante nos estádios de futebol.

A internet deu uma nova dimensão aos protestos. É impressionante o número de manifestações contrárias ao poder global que circula na rede. Além do protesto em si, essas mensagens vão aos poucos constituindo comunidades, cujos integrantes descobrem, nesses contatos, que os seus sentimentos não são isolados e pessoais. Ao contrário, são coletivos e sociais, fortalecendo suas convicções.

Curiosas são as reações da empresa, talvez surpresa com o abalo de sua soberba. De forma errática ataca o técnico da seleção em editorial procurando manter a empáfia, de outro assimila o refrão “cala a boca Galvão” tentando minimizá-lo e ainda coloca funcionários para dizer que as pessoas falam dela mas assistem aos seus programas, como se audiência fosse adesão.

O público sintoniza a Globo por absoluta falta de alternativa, dentro e fora da TV. Dentro, porque o que há de concorrência ou é semelhante à Globo ou ainda pior. Fora, pela falta de opções de cultura e lazer acessíveis a maioria da população brasileira. Não há amor pela Globo. Ninguém a chama de “tia”, como os britânicos fazem com a BBC, numa demonstração de afeto resultante de uma relação aberta e honesta.

Mas é preciso ressaltar que a combinação Dunga-internet está prestando um serviço inestimável à nossa sociedade. Permitiu que o grito reprimido na garganta durante tanto tempo ganhasse novos caminhos e, acima de tudo, encontrasse eco tornando-o cada vez mais forte. São caminhos sem volta.





Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial).

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sem corrução, PIB per capita brasileiro seria de US$ 9,1 mil, crescendo 15,5%....(E o aposentado é quem da prejuzo)

Sem corrução, PIB per capita brasileiro seria de US$ 9,1 mil, crescendo 15,5%
Redação SRZD | Internacional | 14/05/2010 09:27
impressão | Envie por e-mail | RSS
A corrupção não só revolta a população, como também traz prejuízos econômicos e sociais ao país. É o que mostra um estudo realizado pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os dados colhidos em 2008 apontam que a corrupção tem um custo médio de 1,38% a 2,3% ao ano do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O valor varia de R$ 41,5 bilhões a R$ 69,1 bilhões.

A média do PIB brasileiro entre 1990 e 2008 era de aproximadamente US$ 7,9 mil, porém o estudo apontou que se não houvesse corrupção, ou pelo menos o volume fosse menor, o PIB passaria para mais de US$ 9,1 mil, crescendo 15,5%.

No ranking da corrupção feito pela Tranparência Internacional com 180 países, Brasil ocupa a 75ª posição. Ainda de acordo com o estudo, com a corrupção menos elevada, país poderia investir mais em áreas econômicas e sociais.

Na educação, mais de 16 milhões de jovens e crianças poderiam estudar na rede pública do ensino fundamental. O número de matriculados passaria de 34,5 milhões para 51 milhões, aumento de 47%.

Quando a comparação é feita na área da saúde, os números são assustadores. Os hospitais públicos do SUS têm mais de 367 mil leitos para internação, mas com menos corrupção, mais de 327 mil novos leitos seriam disponibilizados para os pacientes, crescimento de 89%.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pretende atender mais de 3,9 milhões de famílias. Sem corrupção seria somado a esse número mais 2.940 milhões. Aumento de 74,3%.

De acordo com as metas do PAC, 2.518 Km de ferrovias passariam para 13.230 Km, aumentando 525% para escoamento de produção. Os portos subiriam de 12 para 184 e seriam construídos mais 277 novos aeroportos.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Pequena Biografia

Desde 1972, ainda com 13 anos de idade, tempo da ditadura militar sob o comando do Presidente Médice, tempo do dito “milagre econômico”, praticamente toda a mídia a serviço do regime militar, nós começávamos a dar os primeiros passos político, fazendo campanha eleitoral do candidato a Dep. Federal oposicionista Lysâneas Maciel pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), na época ele veio a ser eleito e mais tarde em 31/3/74, veio a ser cassado pelos militares num discurso contra o regime e foi para o exílio. Embora nessa época não pudéssemos votar, porém já militava na política e fazia discussão com os colegas sobre a importância da nossa participação política no processo e falávamos da necessidade de votarmos em pessoas que tinham algum comprometimento com as causas populares e falava da importância da redemocratização do país, por sinal muito pouco se interessavam.
Creio que esses passos foram importantes na minha vida, naquele momento me definiria como eu seria do ponto de vista político, definiria também nossa ideologia, nos colocávamos a favor das pessoas mais humildes, injustiçadas, lutando e apoiando pessoas com perfis libertários. Os passos eram lentos, porém firmes, em 1977, estudávamos no Liceu de Artes e Ofícios, quando deparamos com reajustes das mensalidades escolares, muito acima dos índices inflacionários e também muito acima dos reajustes salariais; diante da situação, eu, e outros colegas, um pouco mais esclarecidos em política, nos reunimos e fizemos uma comissão para tentar negociar com os dirigentes do colégio, mas infelizmente não fomos recebidos e o resultado disso foi que conseguimos mobilizar praticamente todos os turnos para uma paralisação de 48 horas, nessa manifestação conseguimos apoio e adesão dos professores e 80% dos alunos. Ao encerrar a paralisação, fomos surpreendidos com a expulsão impostas a mim e a outro colega, segundo alegação deles nós éramos baderneiros, embora que tenha sido uma paralisação pacífica sem maiores incidentes.
Em 1980, nascia o PT (Partido dos Trabalhadores), logo me identifiquei com seus estatutos e suas cartas de princípios e os 13 pontos do programa, ali ajudamos a construir uma alternativa de poder para os trabalhadores do campo e da cidade, haviam uma identificação muito grande por parte dos trabalhadores e o partido que começava a dar seus primeiros passos.
Na medida em que o PT ia crescendo, ele ia também se burocratizando, começava a perder a identidade, começava a deixar as ruas deixar os movimentos de bases e reflexo disso é que a militância vai perdendo o contato e vai deixando de fiscalizar os deputados do partido e quando isso acontece, a tendências é o fisiologismo, a corrupção, a malversação do dinheiro público a ponto de esconder dinheiro em cuecas, meias e etc...
1984, apoiei todos os movimentos da sociedade em torno das eleições diretas, tendo participado de todas as manifestações públicas no RJ, encerrando com o comício na Candelária em que se reuniram mais de 1 milhão de pessoas.
1987/88, apoiei e participei de várias manifestações promovidos no meio da sociedade civil, assim como Igrejas, Escolas, Universidades, associação de moradores, sindicatos, etc.. em torno da discussão da Constituição Brasileira de 1988.
1989, participei da primeira eleição diretas para a Presidência da República depois do período da ditadura militar, fomos coordenadores no 1º turno em Cordeiro (RJ) da campanha LULA Presidente.
1990, fui eleito presidente do DM PT Cordeiro, ajudamos a fortalecer o partido no município.
1992, coordenei e participei de um ato em Cordeiro pelo impedimento do Fernando Collor na Presidência da Republica, para uma cidade do interior, conseguimos mobilizar quase 1000 pessoas na Pra;a principal de Cordeiro.
1993, fui eleito diretor do sindicato dos bancários de Nova Friburgo e Região.
1997/2000, fui eleito diretor do sindicato dos bancários do município do Rio de Janeiro. (Neste período, participei de vários movimentos contra a entrega do patrimônio público ao setor privado e internacional realizado pelo governo FHC.